quinta-feira, 25 de junho de 2009

Vende-se ruas

Americana virou sátira nacional e olha que desta vez não foi por causa dos “monstros gigantes” que “guarda” ou “assusta” a entrada da cidade, caiu nas mãos dos repórteres do programa CQC. Aqueles que foram impedidos de entrar no Congresso Nacional por conta de fazerem perguntas verdadeiras aos deputados.
No mês de abril do corrente ano, a sessão camararia aprovou de forma fácil, porém inconstitucional, a doação de ruas públicas à empresa privada. A aprovação foi justificada com a ideia de oferecer melhorias aos moradores locais, melhorias que o próprio poder público deveria oferecer, mas tira o corpo fora e joga na mão da iniciativa privada. Uma verdadeira troca de favores.
Enquanto na Amazônia comercializa-se a floresta, Americana lança assim um novo de tipo de comércio, a venda de ruas! E tudo isso se justificará com a solução para problemas sociais, tentarão “resolver” os problemas criando outro, impedindo os moradores de se deslocar por vias públicas, contrariando o direito constitucional de ir e vir.
Com tantos problemas de ordem social que a Princesa Tecelã tem, poderemos prever a venda de parte da Avenida Brasil ou até mesmo a Cillos, Campos Salles e Fernando de Camargo com o seguinte slogan: “Compre uma parte do canteiro e ajude a recuperar a Gruta Dainese ou o Ribeirão Quilombo”, “Compre um pedaço de rua e tire as crianças das ruas”, “Compre um pedaço de rua e garanta boa educação”, “Compre uma rua e assim permitirá mais médicos nos postos”, problemas é o que não faltam e de pedaço em pedaço, logo teremos uma cidade privada, constituída com o ideal de resolver um problema adquirindo outro! Há um interesse maior por parte desses favores do que oferecer melhorias locais é certo que nesse meio sujo da política é incontestável que haja interesses em buscar reeleição e até mesmo a existência de pagamento àqueles que votaram favorável a doação.
O povo precisa fiscalizar, precisa ser como os repórteres do CQC e fazerem perguntas que tantos desejamos obter resposta, comparecer nas Câmaras e cobrar aquilo que deseja ser feito para bem da comunidade. Não basta eleger, é preciso acompanhar a vida política daqueles que votamos e saber se estão cumprindo corretamente o seu papel de representante do povo.



Profº Nilva Rodrigues Martins
Profº Giomário Nunes Torres



Notícia: CQC tenta ‘comprar’ rua e oferece mala de ‘dinheiro’ - Jornal O Liberal – 19 de junho de 2009 – página 5.

Um comentário:

  1. Parabéns professores pela crônica. Ficou muito bem articulada e bem tecida.


    Rozilene
    vice-diretora da Escola Maria Judita

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